A recente entrevista de Jabes Ribeiro na Rádio Baiana foi, no mínimo, infeliz. É natural que a imprensa, em seu papel de buscar informação, tente provocar o entrevistado para extrair declarações de impacto — isso faz parte do jogo. Mas o entrevistado não é obrigado a responder tudo, e com um pouco de jogo de cintura, pode muito bem contornar certos assuntos sem causar constrangimentos desnecessários.

Ao ser questionado sobre as eleições para deputado em 2026, Jabes afirmou que tem um compromisso firmado com ACM Neto, e que, por esse motivo, o prefeito Valderico Junior estaria obrigado a apoiar a candidatura do Progressistas.  O atual gestor tem honrado todos os acordos políticos feitos anteriormente, mesmo diante de críticas de alguns eleitores — especialmente quanto à quantidade e ao peso das secretarias entregues ao PP.

O problema é o tom. Ir a uma emissora e dar esse tipo de resposta, como se o prefeito fosse apenas um cumpridor de ordens, é desrespeitoso. É importante lembrar que Valderico Junior é, hoje, a maior autoridade do município. E, até aqui, ele tem mantido o silêncio diante de declarações como essa — o que pode ser uma arma poderosa contra a arrogância e a falta de empatia de quem, quando esteve no poder, jamais aceitaria esse tipo de tratamento.

Por fim, a forma como Jabes respondeu à pergunta sobre o apoio político foi deselegante, principalmente vindo de alguém que se beneficiou de acordos que, até agora, vêm sendo cumpridos à risca. Se fosse o contrário, sinceramente, não sei se ele teria a mesma disposição para ceder.